quarta-feira, 22 de junho de 2011


Eu te amo mesmo com suas crises, sandices, crendices;
Com suas evoluções psico-sociais, sua maturidade inexistente, suas teorias banais.
Com seu amor inabalável, sua segurança inflamável, sua paixão instável, insegurança questionável;

Amo com suas impulsões à flor da pele, com sua integridade reles, como seu consumismo pede;
Com sua sede sádica, sua fome híbrida, seus gestos castos, seu rosto intacto -
Mesmo com sua vida lídima, profana e satírica;

Com seu toque insociável, sua personalidade inviável, sua mente inexorável.
Com seu desejo supremo, seu olhar ameno, seus lábios intensos.
Com suas vontades desapiedadas, suas metáforas vagas, ironias afagadas.

É como saciar a fome sem ter nada pra digerir.

domingo, 19 de junho de 2011


Não que eu seja duro, as palavras que são frias. Minha língua é enrijecida por qualquer desvirtude.  Tenho que aceitar humanamente que os nossos caminhos sempre trilham prum mesmo fim, e qualquer devaneio interno é esmigalhados pelas minhas lembranças. Meu ódio é alimentado pelo que eu tinha sonhado pra nós, intimadamente. Inspiro a poeira do piso num só gesto – meus olhos vermelhos já não são por tua causa, as lágrimas brotarão sem que eu pense em você. Absorvo todos ideais de superação: penteio os cabelos, escovo os dentes, dou um laço no cadarço com só uma mão. Minha vida sempre esteve certa, a distância me torna cada vez mais frígido, meus pensamentos constroem diálogos inexistentes, enquanto tudo conspira e espera você voltar.

Guilherme Quintanilha