domingo, 19 de junho de 2011


Não que eu seja duro, as palavras que são frias. Minha língua é enrijecida por qualquer desvirtude.  Tenho que aceitar humanamente que os nossos caminhos sempre trilham prum mesmo fim, e qualquer devaneio interno é esmigalhados pelas minhas lembranças. Meu ódio é alimentado pelo que eu tinha sonhado pra nós, intimadamente. Inspiro a poeira do piso num só gesto – meus olhos vermelhos já não são por tua causa, as lágrimas brotarão sem que eu pense em você. Absorvo todos ideais de superação: penteio os cabelos, escovo os dentes, dou um laço no cadarço com só uma mão. Minha vida sempre esteve certa, a distância me torna cada vez mais frígido, meus pensamentos constroem diálogos inexistentes, enquanto tudo conspira e espera você voltar.

Guilherme Quintanilha

Um comentário:

Thamires Figueiredo disse...

Belo texto! Ah, não some tanto..