domingo, 5 de dezembro de 2010

Forget me!


Te ouço toda vez que tento te esquecer,
E me reviro e me deito e me odeio,
E tento te ver nos meus sonhos,
Embora teus gestos de recusa,
Tua repulsão pelo desejo,
Tua tentação à carne.


O ser humano é fraco,
Frágil,
Apodrecido.


Preferia ver mil vezes a minha que a tua partida,
Tuas frases prontas,
Teus pensamentos dúbios,
Tua mente inviável,
Tua idéia rígida.


A necessidade que tenho é de sugar tua saliva,
E ainda sentir tua língua quente;
De olhar teu rosto sadio, teu sorriso largo, teus dentes curtos;
De te beijar a testa, fazer a cruz e pecar contra a castidade,
De debruçar sobre o teu corpo inclinado pra cima,
Tuas aréolas querendo serem escuras,
Teus olhos reluzentes,
Teu sinal intacto;
E de saber descrever cada milímetro do teu corpo aberto.


E de te esquecer toda vez que tento te ouvir,
Querendo ser o último a saber de tua existência.


De que me adianta tanto sofrimento se todas as anáforas foram vagas?

Nenhum comentário: